Levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), com base em 25 produtos e serviços do IPC-DI/FGV IBRE, apontou um aumento médio de 4,02% nos últimos 12 meses nos preços dos itens mais procurados para o Dia dos Namorados. Esse índice representa praticamente a mesma proporção da inflação geral apurada no mesmo período, que foi de 4,28%.
O levantamento mostrou também que a inflação dos serviços subiu 5,37%, sendo a alta puxada pelos restaurantes, cujo preço avançou 5,38%. Outros itens da cesta de serviços que mais sofreram aumento foram: salão de beleza (8,01%), teatro (6,09%) e hotel (3,57%). Apenas o cinema registrou queda de -1,36% entre os serviços analisados, enquanto os demais mantiveram pressão inflacionária.
O economista do FGV IBRE, Matheus Dias, avaliou este cenário. "O atual cenário reflete tanto pressões de custos quanto a resiliência da demanda por serviços de lazer, hospedagem e cuidados pessoais, evidenciando a persistência da inflação no setor de serviços, mesmo em uma conjuntura que a política monetária esteja em nível restritivo", disse.
Pelo lado dos produtos mais comumente escolhidos como presente, a cesta teve um aumento médio de 2,84%. As maiores altas vieram principalmente dos cosméticos e cuidados pessoais: bombons e chocolates (15,80%), xampu, condicionador e creme (7,86%), produtos para barba (5,70%) e perfume (4,93%). Por outro lado, alguns produtos apresentaram alívio: cintos e bolsas (-0,74) e aparelhos celulares (-2,40%) registraram as menores quedas entre os produtos selecionados.
O economista destaca o comportamento atual desses produtos: "Em contraste com o ano ado, quando o aumento dos preços estava mais concentrado em serviços, observamos hoje que múltiplos fatores estão afetando tanto serviços quanto produtos. Isso pode ocorrer devido ao ree mais elevado do dólar - resultado da desvalorização mais intensa do real entre o final de 2024 e início de 2025 - impactando produtos e insumos importados como perfumes. Além disso, há problemas de oferta, como no caso do chocolate, que ainda enfrenta questões estruturais na produção do cacau. O resultado é um cenário mais desafiador para a escolha dos presentes", completou.
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